Opinião: Os vasos que incomodam a sala do poder


Ciro, Tasso, Serra e Meirelles: Os novos vasos da política assombram os bastidores do poder

A última eleição criou uma série de "vasos políticos" que ficarão parados após 2011. São pessoas com uma certa importância nacional dentro dos bastidores, mas ficaram sem cargos nas últimas eleições. O caso mais recente é o do ex-ministro, governador, deputado, Ciro Gomes (PSB). Convidado para fazer parte do corpo ministerial da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), Ciro teve seu nome acabou retirado da lista devido a "queda de braço" dos líderes do PSB com o PT, especialmente o governador reeleito de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Com a cabeça em 2014, Campos não quer perder espaço para Ciro, pois pretende se candidatar a presidência ou vice-presidência em 2014; e a sombra de ex-ministro não ajudaria, ainda mais tendo cortado o Ciro Gomes da disputa presidencial em 2010 para apoiar a candidata petista.

No PSDB o problema é maior, em dobro. José Serra e Tasso Jeiressati, dois grandes expoentes do partido tucano desde a sua fundação, não foram eleitos em 2010. Serra perdeu a eleição presidencial - dada como certa - para Dilma, e Tasso conseguiu a façanha de não se eleger senador pelo Ceará, mesmo bancando a sua campanha do próprio bolso. Tasso - que já foi governador do Ceará - teria dificuldades para enfrentar uma nova eleição dentro do seu estado contra a família Gomes, que mantém índices de aprovação na casa dos 70%.

Serra tem 68 anos de idade e estaria muito velho (politicamente) para disputar uma outra eleição presidencial, com 72 anos, poderia ter uma derrota similar a Ulysses Guimarães em 1989; alcançando 4% dos votos válidos mesmo tendo reconhecimento popular e sendo o político mais bem preparado para o cargo naquele pleito. Com a "refundação" do PSDB iniciada pelos governadores eleitos do partido e por Aécio Neves, senador eleito por Minas Gerais, Tasso Jereissati e José Serra ficam aparentemente sem espaço no partido. Para Serra resta apenas disputar a prefeitura e o governo de SP ou voltar à USP e dar aulas, algo muito comum fora do país.

No PMDB o caso é o menos problemático, Henrique Meirelles, presidiu o Banco Central durante os oito anos da administração Lula. Agora no governo Dilma,Meirelles perdeu o cargo para seu subordinado, Alexandre Tombini. Para piorar sua situação, Meirelles não é muito querido dentro do PMDB, tanto que não conseguiu apoio para disputar as eleições como governador ou senador de Goiás. 

O destino de Henrique Meirelles é mais fácil de traçar, Henrique Meirelles pode disputar a eleição pela prefeitura de Goiânia, partir para a carreira de economista internacional pleiteando posteriormente alguma posição de destaque no BID, Banco Mundial, FMI ou fará parte de conselhos administrativos de empresas e bancos.
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