A palavra "nigger" foi retirada do livro de Mark Twain |
As Aventuras de Huckleberry Finn, um dos clássicos da literatura norte-americana está criando um burburinho entre literários e editores de livros. O motivo é a nova versão da obra escrita por Mark Twain, editada pela NewSouth Books terá a palavra “nigger” retirada do livro. Nigger é um conhecido modo pejorativo e preconceituoso para chamar as pessoas afro-americanas, algo como “preto” com os afro-brasileiros.
Com sua primeira edição lançada em 1884, o livro apresenta as aventuras de Tom Sawyer através de uma balsa no rio Mississipi. Ao longo da leitura é possível encontrar a palavra nigger 200 vezes. A famigerada palavra será substituída por “slave” (escravo); e outra palavra preconceituosa, Injun – algo como “pele amarela”, também será substituída na nova versão do texto.
Em entrevista ao jornal inglês The Guardian, o editor da nova versão e especialista na obra de Twain, Dr. Alan Gribben afirma, “Nós devemos aplaudir a habilidade de Twain como literário norte-americano ao transcrever a linguagem de uma região peculiar em uma específica época da história,” e conclui, “mas, abusivos insultos raciais que carregam conotações distintas de inferioridade permanente, não obstante, traz repulsa nos leitores modernos”.
O próprio Twain era contra o racismo, tanto que doou e apoiou por diversas vezes entidades de lutas pelos direitos civis nos Estados Unidos. Não é a primeira vez que o livro de Twain entra em polêmica, durante a década de 1990 o livro chegou a ser banido pela Associação de Bibliotecas dos EUA.
Para Geff Barton, diretor da King Edward School, a mudança em Huckleberry Finn é “pura besteira”. “É deprimente parece que estamos tão cegos que não podemos ver os jovens de crédito com o contexto para os textos. Será que vamos ensinar uma versão sanitizada de O Mercador de Veneza? O que eu quero fazer é explorar as questões de linguagem como mudanças de contexto e cultura”. O professor ainda lembra que desde a reforma educacional de 1989, o Reino Unido passou a explorar menos a obra de Twain no currículo escolar.
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