Copa e Olimpíadas despejam moradores da Favela Metrô no RJ

As casas são derrubadas enquanto os moradores ainda vivem em suas residências
Os efeitos das Olimpíadas de 2016 e da Copa do Mundo de 2014 já começam a aparecer na cidade do Rio de Janeiro. Pelo menos para 1000 moradores da Favela do Metrô, na Mangueira, que serão despejados. A favela é conhecida por ter uma das melhores vistas da cidade, ser uma das menos violentas e perto do Maracanã, motivo da demolição.

Segundo reportagem do jornal inglês The Guardian, a favela poderá usada para montar um estacionamento de carros, Eomar Freitas, moradar da favela, revela: "A Copa do Mundo vem aí e eles querem isso aqui". "Isso é uma forma desumana" conclui Freitas.

Desde fevereiro, as casas ao redor de Freitas estão sendo derrubadas.

Veja depoimento completo do morador no vídeo abaixo:



Em resposta, o secretário de habitação da cidade, Jorge Bittar, disse que a retirada do moradores faz parte do projeto de 737 bilhões de reais para reformar a região do Maracanã. "É uma comunidade muito pobre, com casas muito precárias [feitas] em uma área imprópria e nós estamos oferencendo diginidade a essas famílias".

Patrick Wilcken, representante da Anistia Internacional aponta o contrário. "Nós estamos pedindo para as autoridades em todos os níveis que o desenvolvimento não tome o lugar dos direitos humanos". Wilcken ainda confirma para o The Guardian que os moradores da favela que recusaram a compensação da prefeitura foram forçados a sair de suas casas após as autoridades começarem a demolir as casas.

Questionado sobre as demolições, Bittar coloca a culpa na empresa de construção que entregaria as novas moradias aos moradores. "Nós tentaremos melhorar isso. Nós iremos isolar as áreas de demolição e as áreas que estão inabitadas". O secretário afirmou que até o fim de maio todas as famílias serão realocadas, "Eu reconheço que isso causou problemas incomodo para os moradores e tentaremos corrigir isso."

A Favela do Metrô não é o único local de despejo na mira dos eventos esportivos. "Entre 2011 e a Copa de 2014, 1.5 milhão de famílias serão removidas de suas casas em todo Brasil" afirma Julio Cesar Codaque, membro do movimento nacional Quilombo, Raça e Classe.

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