O novo CD do Radiohead apresenta uma nova fase da banda, sem se envergonhar de experimentar novos sons |
A versão completa do CD, disponibilizada em mídia digital, CD e Vinil foi lançada no último dia 28/03 e traz um jornal com os bastidores das gravações. O CD todo é uma verdadeira viagem, é necessário ouvir mais de uma vez para pegar a ideia de Thom Yorke e seus companheiros na gravação. O tom melancolico ainda está presente nas 08 canções do álbum, contudo é preciso puvir para senti-lo, não há tanta exposição como no álbum anterior "In Rainbows"
A primeira faixa "Bloom" abusa do sampler, mas traz a cara do CD. O piano na entrada da musica engana aqueles que esperavam uma melancolia extrema. Em crescente, ele choca totalmente quando a batida eletrônica e acústica entra um pouco antes da letra, com o baixo dando o real ritmo e sentido sobre a letra.
Em "Morning Mr. Magpie" - talvez a melhor faixa do disco - a parte rítmica é bem usada aqui e quando a música chega em sua metade o duo percussivo e harmonia faz uma batida para emanar o sentimento de cada ouvinte, a batida do meio da música lembra um pouco roda de capoeira com a guitarra como berimbau e a bateria fazendo os atabaques.
A terceira faixa "Little by Little" não lembra em nada a famosa música de outra banda inglesa, Oasis. Embora tenha o mesmo título, Radiohead apresenta aqui a boa forma do Rock Alternativo que levou o grupo ao topo das paradas. A linha melodia em tom grave dá a entrada na música, enquanto a bateria que começa em uma pequena marcha começa a crescer.
Chama a atenção em King of Limbs a altura dos instrumentos, não dão destaque à voz, pois estão no mesmo nível. Mas a graça em Little by Little é a 'paradinha' no meio da canção com a voz de Thom Yorke, agora sim em destaque, ao lado da bateria traz um final muito agradável à canção.
Na metade do disco "Feral" o ataque volta. A batida lembra um pouco do jazz fusion do Weather Report nos anos 70, especialmente pela leve groove do baixo antes da voz, a música decepciona um pouco pela falta de desenvolvimento nela. Embora, os sussuros de Yorke abafados pelo baixo distorcido quando a música cresce, apresenta o estado animalesco de Feral.
A quinta faixa é o single da banda "Lotus Flower", amplamente divulgado na internet - especialmente pela coregrafia de Thom Yorke no clipe - a faixa nº 5, assim como Morning Mr. Magpie, são os grandes diferenciais de King of Limbs, aqui ao contrário das outras canções a batida é contínua e foco torna-se a voz do cantor, com o baixo marcando a cabeça do compasso, parando apenas para dar espaço ao sintetizador que segura a voz de Thom.
Na sexta canção, "Codex", o piano aparece bem grave trazendo a boa velha forma da banda, bem madura e viva. Sem precisar exagerar em percussões, com uma batida simulando um batimento cardíaco e uma pequena orquestra dando o tom rasgado a música ao lados dos sopros, leves mais presentes durante toda a música. O final com os passaros e o barulho de natureza dá um tom de epifania, destoando de toda parte da emancipação e auto afirmação até aqui apresentados.
A penúltima música, "Give Up The Ghost", o tom melódico continua dessa vez acompanhado por dois violões e o foco é novamente a letra, há uma leve percussão marcando o tempo da música. Give Up The Ghost e Codex caberiam em qualquer outro CD da banda, em King of Limbs são destoantes. Isso é confirmado com sua última música "Separator", baseado em Drum & Bass, a canção não traz ataques ou melancolias, apresenta firmeza através da batida que mantém-se igual durante toda canção.
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