A banda Cachorro Grande, um dos atuais ícones do rock nacional, abriu o seu camarim para o Geração Bits |
Após a entrevista com o GB, a banda fez uma curta apresentação de apenas 20 minutos no Ego Clube, localizado no centro da cidade de São Paulo. Os grupos que abriram o show tocaram mais tempo - 30 minutos.
Com a turnê próxima do fim e, mesmo com um certo cansaço físico perceptível, não faltou disposição da banda para interagir com o público e ainda atender os pedidos de músicas mais conhecidas como "Sexperienced" e "Lunático".
Além disso, os entrevistados Rodolfo Krieger e Marcelo Gross abordaram também o atual cenário do rock brasileiro. O que veem e o que sentem falta. Veja abaixo a entrevista:
Geração Bits: Qual o melhor e o pior lugar que vocês tocaram?
Rodolfo: É difícil falar isso, mas tem lugar que é uma merda. A cerveja está quente, a estrutura é horrorosa, pouca gente. Mas quando vê tem uma galera que está lá e acaba um bom show. E, às vezes,, toca num megafestival, tem tudo pra dar certo e o show sai uma merda, tipo Rock in Rio.
GB: Vocês acham que podem tocar no Rock in Rio?
R: A gente quer tocar lá, já tá enchendo o saco dos caras...Nosso escritório já está em contato lá, tomara que role. Até por que é uma banda com histórico grande, tocamos em todos os festivais e abrimos diversos shows.
GB: Abriram show do Oasis, Aerosmith, Supergrass...
R: Isso. E todos os festivais mais clássicos, tipo Abril Pro Rock, Festival de Verão de Salvador, Planeta Atlântico(Atlântida)... Então a gente quer tocar lá. Por que pra gente tocar no Rock in Rio é um clássico.
GB: Tocar na mesma noite que o Paul McCartney é um sonho?
R: Claro! (risos) Já é sonho só assistir o Paul, imagine tocar...
GB: Você assistiu o Paul em São Paulo?
R: Eu fui em todos os shows. Fui em POA, nos dois daqui (SP) e vou no Rio agora.
GB: Quantas músicas vão entrar no CD?
R: Tem 16 prontas, acho que entrarão14 no CD.
GB: Vocês fizeram todos os CDs diferentes...
R: E esse vai ser mais diferente ainda. Senão fica igual o Ramones e Sex Pistols, faz quarenta CDs iguais...
GB: Há alguma novidade no CD?
R: Olha, pode ser que a gente coloque umas cornetas, uns sopros, uma orquestra...Ontem nós estávamos conversando sobre isso, ainda não tem nada definido. Tem uma música que é tipo Pink Floyd, tem uma pegada de Rock Progressivo. Umas supresas...
GB: O que você espera desse show de hoje?
R: O último show da turnê em SP, a gente toca amanhã em Minas dois shows. Vai ser legal, um monte de camarada aí...Vamos tomar uns Whiskys, não vamos fazer um show muito longo, tipo de uma hora.
GB: Qual foi o melhor show da banda?
R: Cara a gente fez uma Virada Cultural aqui, tocamos na Praça da República...Foi um dos melhores shows. Acho que esse foi um show...Pessoal...Isso é coisa minha, não sei se o resto da banda. Mas, pra mim aquele foi um dos shows mais legais que já fiz na minha vida. A Cachorro Grande, pra mim, Rodolfo - o cara que entrou depois - pra mim a Cachorro Grande em São Paulo e antes daquele show e depois daquele show. A cidade nos abraçou. Pensei "Porra, nós estamos tocando no Centro de SP, meio-dia, na Virada Cultural com umas 30 mil pessoas cantando as suas música. Porra, peraí. Nós não somos mais uma banda gaúcha, somos uma banda nacional".
GB: Vocês já estavam morando aqui, em SP?
R: Sim, sete anos que nós moramos aqui.
GB: E esse ano, rola tocar na Virada 2011?
R: Então daí a gente fez aquela. Depois nós fizemos as viradas culturais do interior. Em Sorocaba e etc. Então a gente tá uns dois anos sem tocar, colocando a gente no interior. Então eu acredito que esse ano, pelo fato da banda estar com novo disco, está quase certo que a gente vai tocar.
GB: Esse ano tem o palco na Boulevard, só com Beatles na íntegra. Todos os álbuns...
R: Sério?! Então eu vou tocar rapidinho e vou ver. Só em São Paulo rola essas coisa, lá em Porto Alegre é díficil rolar essas coisas, na íntegra ainda...
GB: E as Primeiras Horas vocês fizeram na íntegra?
R: O próximo CD nós vamos fazer na íntegra. Ainda não sei quando é aonde, mas, pode ser no Tom Jazz...Nós vamos fazer duas quartas, acompanhem o site que nós vamos colocar a data.
G: Fizemos uma vez, porque nós curtimos pra caramba esse CD.
R: Se nos chamarem e pagarem, não porque não. Bota um Din-din
G: Um Din-Din a mais, um pouquinho mais caro...(risos)
GB: O que você acha da ideia de voltar as raízes e tocar um CD na íntegra?
R: Pô cara acho uma ideia sensacional. Nós fizemos o "Primeiras Horas" em Porto Alegre. É uma coisa que está voltando lá fora também, o Primal Scream apresentou um CD na íntegra, o U2 apresentou aquele clássicasso, Joshua Three, também na íntegra.
Rodolfo Krieger (esquerda) e Marcelo Gross (direita) respondem as dúvidas sobre o novo CD |
R: O Beto e o Gross vão produzir o sexto. O trabalho com o Rafa (ex vocalista da banda Babá Cósmica) foi legal e tudo mais, mas isso disco tem que ter a nossa cara. Vai ser só nós cara. Nós e o engenheiro de som...
Gross: A gente vai produzir e vai entrar em estúdio 11 de Abril. A gente largou a gravadora antiga que é a Deck, e vamos fazer um esquema pra gravar lá, fazer um esquema para transmitir a gravação. E vai lançar o CD no Tom Brasil.
GB: Ao longo dos doze anos vocês se apresentaram com grandes artistas, o que dá pra tirar de cada banda?
G: Dá pra tirar o proveito da parada. O Supergrass, por exemplo, foi um show do Caralho...
GB: Estavamos lá em Atibaia e vimos os caras curtindo do lado do palco...
G: Com o Oasis acontecia isso também, os caras assistiam o nosso show do lado da mesa de som.
GB: O que vocês estão achando do atual mercado nacional?
R: Tá rolando mais banda, tem mais lugar pra tocar. A MTV mesmo, tem um programa agora...Lab Brasil?! Está mais fácil pra bandas mostrar as caras também. Grava, faz um clipe e tira foto, tá abrindo show. Um bando de camaradas nosso por aí, a gente vai na Augusta e vê.
GB: Nesse atual mercado, vocês sentem falta de alguma coisa? Sonoridade, Letra, atitude rock'nroll?
R: Falta mais Rock no rádio. Aqui tem a Kiss, mas fora daqui...E geralmente não passa coisas como Beady Eye (banda do Oasis).
G: Creio que vai ter uma volta do rock no Brasil, vai ter Rock in Rio e talz...Acho que vai ter uma valorização do rock, vai acabar com aquilo que é superficial. Sabe? Aquilo que não é verdadeiro, vem numa onda e vai ficar batida. Uma volta da qualidade...
GB: Há algum diferencial nesse CD, gravação analógica, masterização no Abbey Road?
G: Não cara, nós vamos no mesmo estúdio que gravou Rogério Duprat, Elis Regina...Mais clássico, com uma mesa e materiais top...
GB: E qual vai ser a linhagem do CD? Rock mais pesado, mais leve, rock gaúcho?
G:Nunca foi um Rock Gaúcho e nunca vai ser.
R: É o sexto disco, já tem uma cara e mais intimidade pra trabalhar dentro do rock. Vai ter tanto o rock mais leve, balada, como uns rock pauleira.
G: Vai ter rock psicodélico, vai ter umas coisas acústicas, vai ter umas coisas Lennon...
R: Vai ter umas coisa McCartney...
GB: O trabalho de vocês foi numa crescente e vocês pretendem seguir carreira internacional?
G: Em Portugal uma música nossa fez sucesso, um cara regravou lá...O Alberto Índio, música de novela e fez sucesso pra caralho. Com certeza, no próximo disco queremos ir pra fora, estourar o mercado lá fora. Tem um mundão inteiro pra ouvir rock'nroll, apesar da gente cantar em português a gente olha pro Rock Inglês. Então vai ser legal...
GB: Vocês já conseguiram um monte de coisa, Cachorro Grande quer mais?
G: É querer mais, fazendo rock'nroll, rock bom, gravando disco, pegando estrada...
GB: Alguma ideia quando sai o novo CD?
G: A gente começa a gravar 11 de Abril e termina no dia 30 de Abril. é só questão de terminar de gravar e fazer capinha e talz...
GB: Tem um nome do CD?
G: O Papa é Puto...(risos). Não, não é não...(risos).
GB: Terminando a turnê, descanso?
R: Nada, vamos ensaiar e entrar em gravação logo em seguida. (Risos)
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