Especial: Há 100 anos o mundo perdia Gustav Mahler

Não é todo dia que o mundo sente a falta de um gênio

 

Gustav Mahler, o autor de dez sinfonias completa hoje 100 anos de sua morte. Talvez o maior gênio da música desde Ludwig Van Beethoven, não pela quantidade de suas sinfonias, mas pelo significado que cada obra representava, com momentos da vida de sua própria retratados através da música, como na sua sexta sinfonia trágica, criada logo após a morte de suas filhas e a nona sinfonia, quando Mahler já se sentia fraco e prestes a partir desse mundo.


Mahler, que teve sua vida muito mais atribuída a Viena, ainda é um desafio para os regentes, comparado a Beethoven; o ciclo completo de suas sinfonias é algo raro no mundo da música clássica. Por exemplo: o ex-regente da OSESP, John Neschling - exímio conhecedor do repertório de Mahler - não conseguiu reger a oitava sinfonia, conhecida como a sinfonia dos mil; devido ao tamanho da orquestra proposta por Mahler na obra, com um coro de mil vozes.



O adágio da quarta sinfonia - conhecido por ser tema do filme 'Morte em Veneza' (1971) - e o terceiro movimento de sua primeira sinfonia são obras mais conhecidas do compositor. Neste movimento, Mahler começa com um tema funébre e o transforma em uma brincadeira baseada na canção 'Freré Jacques' (mais conhecida no Brasil pelas interpretações populares "meus dedinhos" ou "meu lanchinho), com trejeitos do judaísmo, religião de Mahler até 1897 quando converteu-se ao cristianismo.



Mas não são apenas as sinfonias que consagraram Mahler, seus ciclos de canções sinfônicas como Cantos da Terra (Das Lied von erde), A Trompa Mágica do Menino (Das Knuben Wunderbar) e Canções sobre a Morte das Crianças (Kindertotenlieder), o consagraram num ambiente onde Mahler fez bastante sucesso, a canção lírica. Nessa época, Mahler teve forte ligação com as obras do poeta alemão Frederick Ruckert, em quem baseou suas obras cantadas, inclusive trechos de sinfonias.

Na canção lírica, Mahler foi mais que um compositor, foi um excelente regente com passagens marcantes pela Ópera de Viena e pelo Metropolitan Opera de Nova York. Logo em seguida, Mahler assumiu a direção da Filarmônica de Nova York, colocando o conjunto em status profissional e no rol das melhores orquestras do mundo, posto que domina até hoje ao lado Filarmônica de Viena, Berlim e da Concertgebow de Amsterdã, orquestra que por sinal homenageiam Mahler este mês.

É celebre sua apresentação da ópera "Don Giovanni" de Mozart com a Ópera de Viena. Nela, Johannes Brahms disse que aquela foi a melhor interpretação que viu da ópera.

Gustav Mahler casou-se com uma compositora, Alma Mahler e teve duas filhas: a escultora Ana e Maria Anna, que morreu de difteria em 1907. Em fevereiro de 1911, Mahler - que tinha problemas cardíacos - foi diagnosticado nos EUA com uma infecção e tentou tratamento em Paris e Viena, porém não resistiu e morreu em 18 de maio aos 50 anos.

Suas últimas palavras foram "Mein Almisch" (Minha Alminha) destinados a sua esposa e como Beethoven, morreu durante uma tempestade repleta de trovões. Mahler foi sepultado com honrarias de Estado em Viena.

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